quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Inteligência no Futebol

Bom dia

Sempre fui um grande admirador de Jorge Jesus. No entanto, nos dias que correm isso já não acontece!!! Se antes o colocava nos 10 melhores treinadores agora nem nos 100 melhores!!! E quando se admira é mais difícil ver os defeitos, agora, talvez veja demais:).

Na época em que o Jorge Jesus era um dos 10 melhores do mundo, e isso aconteceu até à eliminatória com o Sporting de Braga (2ª mão), o Benfica deslumbrou-me me quase todos os jogos, mesmo quando não ganhava. No entanto, o jogo de ontem trouxe-me à memoria vários jogos das 2 épocas anteriores. O 1º foi quando tivemos a oportunidade histórica de ser campeões no campo do nosso maior rival desportivo e moral, para isso bastava-nos o empate. O jogo esteve empatado a 1-1 e o SLB com vantagem numérica após expulsão de Fucile. O resultado final foi derrota por 3-1. Ficou neste jogo demonstrada a fragilidade principal do nosso treinador que é a de não saber jogar em vantagem. Não controla a bola, não executa contra-ataques, não é capaz de fazer a substituição certa no momento certo e qualquer bola perdida a meio campo transforma-se num sufoco para a nossa baliza. Um primeiro indício desta deficiência foi o jogo em Anfield Road. Partíamos com vantagem de 2-1 em Lisboa (jogo a que tive o privilégio de assistir ao vivo na companhia do Cláudio) e no entanto não soubemos geri-la da melhor forma perdendo por 4-1. Neste caso, achei que seria não mais de que uma acaso, nenhuma equipa consegue sempre guardar as vantagens, o problema é quando esse "fenómeno" se começa a tornar repetitivo...

Na época passada tivemos, infelizmente, vários exemplos deste "fenómeno" e o mais grave é que foi sempre em jogos decisivos ou no caso do jogo contra o FCP para o campeonato na Luz, o de impedir que festejassem o título no nosso próprio campo. Para isso não acontecer bastava ao SLB um empate, poderíamos ter jogado com a ansiedade do adversário em ser campeão, mas o que aconteceu foi precisamente o contrário. Muita vezes penso que o jogar em casa (ou perante mais público que o adversário) ou ter a maioria de adeptos do nosso lado tem um efeito adverso na nossa equipa (será um caso para ser estudado pela Psicologia). Obviamente perdemos o jogo por 2-1 e o nosso maior rival na moralidade festejou na nossa casa.

Em Fevereiro de 2011 o SLB conseguia uma vitória espetacular no Dragão por 2-0 na 1ª mão da meia-final Taça de Portugal, o que perspectivava grandes possibilidades de ir à final do Jamor. Algo em mim parecia dizer que o Jamor estava longe e que o adversário poderia ir vencer à Luz por 3-1. O meu inconsciente já estaria a pensar nestes jogos em que não soubemos guardar a vantagem. E foi isso que aconteceu. Esta foi a derrota que mais me custou engolir nos últimos anos, nem o 5-0 do campeonato me tinha deixado assim.

Para terminar a época em grande chega a 2ª mão da meia final da Liga Europa contra o Sporting de Braga. Vitória por 2-1 na Luz e mais uma vez partíamos em vantagem. Para além disso jogava-se a presença numa final europeia, facto que não acontece desde 1990!!! Isto deveria ser suficiente para encararmos o jogo com entusiasmo, motivação, vontade de vencer e lutar, no entanto só observei isso em 2 jogadores, Luisão e Fábio Coentrão, por coincidência os 2 jogadores que mais força fizeram para sair, como eu os entendo. Derrota por 1-0 e uma das piores exibições da época passada.

Começou a nova época e andamos no mesmo. Já nem é preciso ser um jogo complicado ou decisivo. Basta um Gil Vicente (com todo o respeito que tenho por este clube) para não conseguirmos aguentar uma vantagem de 2 golos. E já temos os exemplos do Trabzonsport, com vantagem de 2-0 da 1ª mão e a vencer por 1-0 na 2ª, não fomos capazes de gerir o resultado e trazer a vitória.

Ontem contra o Twente, que tem mais equipa que nome, ao contrário de nós que temos mais nome que equipa (mas isto ficará para outro post), mais do mesmo. Vantagem por 2-1 no campo do adversário ainda na primeira parte. Mais de 45 minutos para decidir a eliminatória, e o que aconteceu foi um verdadeiro sufoco em que o melhor em campo, de longe, foi o nosso guarda-redes Artur Moraes. Não acho que o Twente defenda bem, analisando bem esta equipa a parte mais frágil é mesmo a defesa. Como se justifica então, que durante o sufoco a que fomos submetidos não tenhamos conseguido sair para o contra-ataque pelo menos umas 5 vezes?? Por muito boa equipa que o Twente seja, o SLB não pode ser sufocado por uma equipa com este nome...

Mais importante que saber de táctica ou de retirar o máximo rendimento dos jogadores, é necessária Inteligência no Futebol para saber o que fazer em determinados jogos e em momentos do jogo. Está demonstrado que o nosso treinador não tem isso. O não saber construir uma frase já nos devia ter dado algumas pistas...